VIRGO: O MITO




DA TERRA AO CÉU .........
 E AO INFINITO..........
 é um Trabalho que venho realizando acolhendo as 88 Constelações do Céu Estrelado.  A primeira, saudando a entrada do Outono no hemisfério norte e da Primavera no hemisfério sul, é sobre a Constelação da Virgem!  

Com um abraço estrelado, Janine Milward



VIRGO, A VIRGEM

O Mito

Compilação
e Tradução (quando necessário)
e escrita (em alguns comentários):
Janine Milward




MITO:

Esta constelação representa Erigone, filha de Icarius, que se enforcou por causa da grande dor causada pela morte de seu pai.  Outros dizem que é Astraea, filha de um dos Titans, e que lutou com alguns deuses contra seu próprio pai.

Em outra versão, esta constelação representa Perséfone, filha da irmã de Júpiter, Ceres, (Demeter).  Ceres é a deusa da agricultura e aquela que ensinou aos homens plantarem o trigo, colherem e fazerem o pão que os alimenta. (A Estrela-Alpha Virgo representa a espiga de trigo, é Spica). 

Um belo dia, Perséfone estava colhendo flores no campo e foi avistada por Plutão, o deus dos mundos ínferos, que por ela se apaixonou perdidamente e com ela quis se casar e de tal forma que a raptou e a levou para os mundos ínferos, onde habitava.

Quando Ceres descobriu que Plutão havia raptado sua filha, foi até os mundos ínferos para busca-la e traze-la de volta à Terra, porém em vão.

Ceres ficou tão entristecida que não mais quis tomar conta da agricultura da Terra e nada cresceu no solo naquele tempo e os homens ficaram famintos, à beira da morte.

Júpiter, então, teve que intervir nesta situação e anunciou à Ceres que sua filha poderia retornar ao seu lado - desde que não comesse absolutamente nada enquanto ainda estivesse nos mundos ínferos.  No entanto, Plutão ofereceu alguns grãos de romã à Perséfone e que os comesse de maneira que levasse uma boa memória de seu marido e de sua vida nos mundos ínferos. 

Quando Ceres soube do ocorrido, Perséfone já havia sido trazida dos mundos ínferos por Mercúrio e encontrado-se com sua mãe.  Neste caso, Ceres foi informada que estaria sendo acompanhada por sua filha durante 8 meses no ano - Primavera, Verão e Outono - e os demais 4 meses, sofreria a ausência de Perséfone que estaria retornando aos mundos ínferos e ao encontro de seu marido Plutão: é o Inverno.

De qualquer forma, Ceres ficou feliz e trouxe a vida da alimentação novamente à Terra e aos homens.



No vale do Eufrates, onde foram criadas as constelações, a Virgem simbolizava a deusa Istar, filha do céu e rainha das estrelas.  Representada com uma espiga na mão, constituía o símbolo da fertilidade. 

Erastosthenes identificou a Virgem com  Isis, a deusa de mil-nomes, com a espiga de trigo em sua mão e que foi mais tarde deixada cair de maneira a formar a Via Láctea, ou segurando em seus braços seu filho Horus, o deus do sol, o último dos reis divinos. 

Este simbolismo antigo reapareceu na Idade Média como a Virgem Maria com seu filho Jesus e através as palavras eternas de Shakespeare: Good Boy in Virgo’s lap (O Bom Menino no Colo da Virgem).

Na Índia, Virgo era Kanya, a mãe do grande Krishna, e representada como deusa sentada diante do fogo. 

No Zodíaco Cingalês, era a Mulher no Navio e segurando um ramo de trigo em sua mão.  Possivelmente, o navio era nomeado a partir das estrelas Beta, Eta, Gamma, Delta e Epsilon, representando a quilha do navio.

Na Pérsia, Virgo era Khosha, o ramo de trigo, bem como nomeada como a Virgem inteiramente Pura.

Os turcomanos conheciam esta constelação como a Pura Virgem, Dufhiza Pakhiza.  Os chineses a conheciam como She Sang Neu, a Donzela Frígida.

No pais dos Judeus, a Virgem era Bethulah e  sempre associada com a idéia de abundância na colheita.

Virgem tem sempre sido a figura dos céus mais nomeada e mais simbolizada!

Virgem representa a mais antiga e puramente alegórica representação de inocência e de virtude.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS usada ao longo do Projeto DA TERRA AO CÉU E AO INFINITO:

COMPILAÇÃO (com todo o respeito)
E TRADUÇÃO literal (quando necessária)
de Janine Milward:

-  Wil Tirion - Atlas of the Night Sky - The Hamlyn Publishing Group Limited, London, England

-  Antonin Rükl - The Hamlyn Encyclopedia of Stars & Planets - The Hamlyn Publishing Group Limited, London, England


- http://www.atlasoftheuniverse.com
- Hawaiian Astronomical Society - The Site

- Richard Hinckley Allen, Star Names, Their Lore and Meaning, Dover Publications, Inc, New York, USA

-  Identificação do Céu (Livro que foi sendo revisado e reeditado algumas vezes) de autoria de Fernando Vieira,
Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro
(com dedicatória do próprio autor para mim em Curso de Identificação do Céu,
em 30/07/1999))

- 6a. Edição do Atlas Celeste
de autoria de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão,
Editora Vozes, Petrópolis, ano de 1986
(com dedicatória do próprio autor para mim
em evento realizado no Museu de Astronomia do Rio de Janeiro,
em 16/06/1989)

-  Mario Jaci Monteiro , As Constelações, Cartas Celestes – A CARTA CELESTE PARA A CONSTELAÇÃO DA VIRGEM É DE AUTORIA DE MÁRIO JACI MONTEIRO.
Apoio: CARJ/MEC/CAPES/PADCT-SPEC  -  com dedicatória do autor para mim, em março de 2004 (quando Mário Jaci generosamente me presenteou com um instrumento de observação (kepleriano) artesanalmente construído por ele).

COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
Sítio das Estrelas - Parada de um caminho a Caminho do Céu